PF apreendeu recibos do DEM na Operação Caixa de Pandora
BRASÍLIA -- A Polícia Federal apreendeu durante a Operação Caixa de Pandora, em novembro de 2009, recibos de doações ao DEM, assinados pelo tesoureiro nacional do partido, no anexo da residência oficial do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), preso desde quinta-feira. As doações foram feitas por empresas com interesses em negócios no DF.
Os recibos estavam no armário do anexo do imóvel, que era usado por Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda. Ele é suspeito de arrecadar propina, que, segundo investigação da PF, ficava com o governador (40%) e também era usada para pagar deputados da base aliada em troca de apoio político.
Arruda era do DEM até o estouro da operação, que revelou em novembro o esquema de arrecadação e distribuição de propina em seu governo. A Polícia Federal investiga por que os documentos estavam no local, quando deveriam ficar com as empresas que fizeram as doações. Os comprovantes de contribuição financeira ao partido, feita em maio de 2009, somam R$ 425 mil, sendo R$ 275 mil da construtora Artec e R$ 150 mil da Antares Engenharia. Quem assinou os recibos foi o tesoureiro da Executiva Nacional do partido, Saulo Queiroz. Ele disse que as doações foram registradas na contabilidade do partido, mas estranhou o fato de os documentos estarem no anexo da residência oficial. Queiroz diz que enviou os recibos para as empresas doadoras.
Interesses
A Artec e a Antares têm interesses no governo do Distrito Federal. A Artec possui contratos para coleta de lixo e obras.
Já a Antares, cinco meses após a doação, recebeu do Instituto Brasília Ambiental, órgão do governo, uma licença prévia para iniciar obras no DF.
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