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CRISTINALOBO os bastidores da política G1

Justiça faz no DF o que a política nunca fez

A prisão do governador José Roberto Arruda, pedida pelo procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, veio acompanhada do afastamento do governador do cargo e de um pedido de intervenção no Distrito Federal. Ou seja, a Justiça está vendo que em Brasília a corrupção permeia o Executivo, esbarra no Legislativo e sabe-se lá onde mais. O fato é que Gurgel falou em “organização criminosa” que compromete a gestão e a política no Distrito Federal e pediu uma limpeza geral.

O desfecho deste escândalo não foi supresa para ninguém. Afinal, nunca um caso foi tão documentado e com tantas etapas. A última e que valeu o pedido de prisão foi a denúncia de tentativa de aliciamento de testemunha. Desde que esta denúncia veio a público, já era esperada uma medida mais drástica da Justiça.

Agora, o STJ decidirá se acata ou não o pedido de intervenção no Distrito Federal – o que ficou para depois do carnaval. Se acatar, caberá ao presidente Lula indicar o interventor. O que se diz, é que ele fará isso, consultando o Judiciário e também ouvindo os partidos, mas ele já estaria buscando um nome isento na já tão conturbada política do Distrito Federal.

A primeira eleição no Distrito Federal aconteceu depois da Constituinte de 88. Portanto, pouco mais de duas décadas de escolha dos comandantes pelo voto popular e a situação chegou ao ponto em que vemos agora. O DEM tinha em Brasília o que chamava de “vitrine” para fazer as cobranças que queria ao aliado PSDB. Com o escândalo do panetone, foi obrigado a pedir afastamento de Arruda do partido – ele, afinal, se antecipou e deixou a legenda -. Agora, tem a sua segunda chance de ter um governador, o vice Paulo Octávio, que já é, segundo os advogados, o governador de fato. Mas será o governador até a decisão do STJ sobre a intervenção.

O DEM atua com muita cautela. Divulgou nota sugerindo o afastamento de todos os filiados de cargos do governo do Distrito Federal. Isso vale para Paulo Octávio? Não, afinal, ele foi eleito na chapa de Arruda. Mas o partido já deixou claro que só o acolherá se ele fizer um limpeza profunda nos cargos e, dizem os dirigentes, nos métodos de gestão no Distrito Federal.

Dificilmente, Paulo Octávio terá tempo e autoridade para reestruturar o governo do Distrito Federal. E, asim, o DEM perde mais uma chance de tentar recuperar sua imagem. O escândalo do panetone reduziu fortemente as chances do partido nas eleições de outubro. E, assim, o partido que tentou ser o principal opositor de Lula e bater forte na defesa da ética, corre o risco de minguar ainda mais. Aquele que já foi o maior partido na Câmara, agora, pode ficar no bloco dos nanicos.

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